Corria o ano de 2001 (ou 2000 não me lembro bem), quando surgiu cá por Portugal a notícia que a banda do Vitinho e do Chau dos Tédio Boys, que agora estavam radicados em Londres, estava a fazer furor no país da rainha.
Foram várias vezes comparados aos Sex Pistols, pareciam a "next big thing" e gerou-se um enorme aparato em torno deles. Chegavam cá notícias de concertos selváticos, sempre a abrir e com nudez incluída (masculina, o que lhe retirava toda a piada).
Eu, na altura, perguntava-me, "porra... mas o punk não devia ser todo assim?". E realmente na Europa não era comum aparecerem bandas assim, com esta atitude tão "in your face" de quem se está a cagar.
Só faltava o mais importante... ouvir qualquer coisa da nova banda sensação portuguesa (3 elementos portugueses e um inglês, ou escocês ou lá o que era).
E com grande pressão das editoras, managers ou seja lá de quem for... lá apareceu a versão da "Bad Girl" ao vivo.
Ok, era gira a música, mas nada de especial.
Vídeo para a música "Bad Girl"
Depois apareceu o tal mini-cd... 6 ou 8 músicas (não me lembro bem) e mal apareceu comprei-o logo. Porra... grande surpresa! Aquela merda era mesmo boa!! Começava com a Primitive (aquela intro de guitarra à Clash... arrgghh!!!) e depois era um desfilar de clássicos entre uns Dead Boys e uns Damned.
Estava completamente convencido. "Estes gajos são mesmo bons".
Depois, pouco depois, veio o primeiro concerto em Lisboa. Foi no Paradise Garage, com os No-Counts DOM (RIP) a abrirem.
E não defraudaram... bom do princípio ao fim... Apresentaram na altura uma música nova, cujo refrão era "Streets of london! Streets of london!". Tinha sido a minha preferida no concerto todo... Era a Bedsit City (do EP Streets Of London, que me chegou às mãos pouco depois).
Vídeo para a Bedsit City
Nessa altura veio um hiato em termos de gravação... sensivelmente dois anos até sair qualquer coisa... Entretanto, deram-se várias passagens por cá... Gostava de destacar o concerto no Barreiro (Barreiro Rocks)... a sala foi pequena demais para tanta gente e as grades na linha da frente caíram ao fim de duas músicas.
Este concerto do Barreiro foi ainda melhor que o outro de Lisboa.
Também passaram por um festival lá por cima (não me lembro se Paredes de Coura ou Vilar de Mouros ou o do Ermal) e pela Caixa Económica Operária (onde os vi pela terceira vez). Isto tudo ainda com o Afonso na voz.
Depois saiu o Afonso e a banda fica reduzida a um power-trio até acabar, com o Victor a assumir as vozes e a guitarra simultaneamente.
Ainda gravaram algumas coisas neste período. Está tudo (acho eu) reunido num cd que saiu pela Rastilho (de seu nome “Down with the Old World”). O som estava mais elaborado, mais à Clash, com uns toques glam aqui e ali (à New York Dolls, leia-se). Continuava bom.
Acho que em 2005 acabaram e acabava uma das melhores bandas punk rock que Portugal alguma vez teve.
E agora voltaram! Os motivos não sei nem me interessa, provavelmente prefiro nem os saber... nunca concordei muito com esta história das bandas acabarem, voltarem, acabarem, voltarem... mas obviamente que vou estar presente na Caixa Económica Operária, provavelmente na 1ª fila, a gritar as músicas que passavam vezes sem conta no meu leitor de cd's quase há 10 anos atrás.
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