sexta-feira, 29 de julho de 2011

The Jackoffs

Ora boas.

Hoje vou desenterrar um disco perdido do punk rock britânico com um toque português.

Falo dos Jackoffs. Já nem me lembrava desta banda até que, recentemente, pus as mãos no mini-CD deles que nunca tinha comprado.

Para quem não sabe ou não se lembra, os Jackoffs juntavam o Biff dos Varukers e dos Sick On The Bus ao Nuno, antigo membro dos Porcos Sujos e ao Adam, antigo membro de uma das formações seminais dos Klingonz (salvo erro). Na bateria, chegou a tocar o Jamie dos UK Subs, entre outros.

Que eu saiba só têm mesmo este mini-CD (High Friends In Low Places).


Este CD acima de tudo é um speed-punk rápido e agressivo... uma mistura de Zeke, Dwarves, Motorhead e uma pitada de UK'82 com todos os condimentos necessários a uma boa banda.

São só 5 malhas, todas na mesma linha... todas a abrir.

Vale a pena relembrar esta (boa) banda. Pelo menos a mim soube-me bem por o Cd a tocar na aparelhagem e rockar como antigamente.

Falta acrescentar que este CD viu a luz do dia em 2005.

Entretanto a banda acabou e nunca mais fizeram mais nada.

Mas imagino o caos que seriam estes concertos.

Podem ouvir algumas malhas no Myspace da banda. Enjoy!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Idols - Jerry Nolan e Arthur "Killer" Kane depois dos New York Dolls


Desengane-se que depois dos New York Dolls só o Syl Sylvain com os seus Criminals e o Johnny Thunders (com o Jerry Nolan ao seu lado) nos Heartbreakers é que conseguiram bons registos musicais.

Descobri há pouco tempo esta verdadeira pérola em formato 7 polegadas. Juntos estão Arthur Kane (Baxista) e Jerry Nolan (baterista), ambos ex-NY Dolls, a fazer punk rock'n'roll de grande qualidade.

As duas músicas que compõem este single seguem a mesma linha... parecem saídas directamente do "LAMF" dos Heartbreakers... Punk-Rock com muito Rock'n'Roll, com o baixo constantemente a deambular em escalas, a bateria directa e certinha e as guitarras em duelos constantes sempre no vermelho e bem estridentes.

No lado A temos "You", o tema mais forte do single, Heartbreakers puro! No lado B temos "Girl That I Love", um tema mais na linha dos Dolls, mas igualmente forte (faz lembrar o riff da "Looking For a Kiss").

O single encontra-se pela net com alguma dificuldade. Na ultima pesquisa que fiz, descobri-o aqui.

Resta acrescentar que as duas guitarras são ocupadas por Steve Dior e Barry Jones, os dois de Londres. De notar que, por esta altura (1977), os Heartbreakers estavam radicados em Inglaterra.

Estes dois guitarristas tinham tocado juntos num projecto de nome "Quickspurts" (diz-se que Keith Levene, depois dos Clash e antes dos PIL também lá tocou) e mais tarde fizeram os London Cowboys.

Quando os Quickspurts acabaram, Barry Jones fez uma tournée com The Boys. Já Steve Dior tinha uma irmã que namorava com... Jerry Nolan. Foi assim que surgiu esta banda. Nolan estava para sair dos Heartbreakers e a dupla de guitarras convidou-o para a bateria. E este aceitou.

Para o baixo entrou o antigo baixista dos Chelsea, Simon.

Foi este quarteto que iniciou os Idols (que chegaram a ser a banda de suporte do Sid Vicious). Foi com esta formação, que gravaram uma demo (que adorava ouvir!!).

Entretanto mudaram-se para Nova Iorque e o baixista Simon adoece e Jerry Nolan convida para o seu lugar Arthur "Killer" Kane.

É com esta formação que gravam o único registo oficial da banda, o referido single em 1979.

Seguiram-se vários concertos por NY e pela California e pouco depois a banda acaba (Walter Lure, dos Heartbreakers, chegou a tocar também nos Idols).


Quanto ao single, podem obter mais informações sobre ele, neste blog.


De referir que as duas músicas dos Idols entram na compilação Sons Of The Dolls, que para além dos Criminals (de Sylvain Sylvain), Killer Kane Band e dos Idols, tem também os Corpse Grinders (excelente single e 1º LP!!!) que contavam com Rick Rivets e Arthur Kane (ex- Dolls).



quarta-feira, 13 de julho de 2011

Zero Boys

Por falar na tour europeia em Outubro dos Gang Green.... quem está actualmente na Europa a dar concertos (Alemanha) são os lendários Zero Boys.

Hoje mesmo tocam na emblemática sala de Berlim, Wild At Heart (para mim, o CBGB's da Europa). Deverá ser um concerto mítico!!! O sítio é pequeno, vai estar à pinha e certamente os Zero Boys não vão deixar os seus créditos por mãos alheias.

Amanhã tocam no Excelente festival Back To Future, também em terras germânicas.

Dois dos temas que certamente não irão faltar nos concertos dos Zero Boys serão os clássicos "Vicious Circle" e "Amphetamine Adiction".

Gang Green em tournée Europeia

A partir de 30 de Setembro e até 15 de Outubro, a clássica banda de punk/hardcore de Boston, os Gang Green, vão andar em tour pela Europa.

Obviamente não vão passar por Portugal... vão andar pela Alemanha, Áustria, República Checa, Dinamarca, Bélgica, França e, claro... Espanha.



Serão 3 datas em Espanha:

12.10. Andoain – Squad (Spain)
13.10. Madrid – Gruta 77 (Spain)
15.10. Badalona – Estraperlo Club (Spain)

Diz quem os tem visto recentemente que continuam em grande forma!

O clássico "Alcohol" será, naturalmente, um dos temas mais aguardados dos concertos desta já mítica banda.




Tournée organizada pela MAD Tourbooking
Site oficial dos Gang Green
Facebook oficial dos Gang Green
Myspace oficial dos Gang Green

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Wurzel (1949 - 2011)


Mais um que se foi...
Neste sábado, devido a problemas cardíacos, Michael Burst, conhecido no mundo do Rock'n'Roll por Wurzel, faleceu, aos 61 anos.

Obviamente vai ficar sempre marcado pelo trabalho realizado nos Motörhead.

Gravou álbuns emblemáticos da banda nos anos 80... Rock'n'Roll, Orgasmatron, 1916, March Or Die, Bastards e Sacrifice estão no currículo deste guitarrista, para os quais ajudou na composição.

Que descanse em paz...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Atentado - o 1º albúm

Já tem data de lançamento o 1º trabalho dos Atentado, banda que nasceu das cinzas dos extintos Atrofiados em 1992.

Entretanto, quase 20 anos depois surgem com um line-up renovado (onde apenas o baixista Pedro Do Vale se mantém da formação original) e com um som poderoso e impressionante

Contam com rapaziada que já arranhou em bandas como Twenty Inch Burial, Subcaos, We Are The Damned, entre outras e deram já alguns concertos bastante fortes (diz quem viu, o que não foi o meu caso).

O 1º álbum desta banda vai sair pela Raging Planet Records na famigerada data de 11 de Setembro deste ano e vai-se chamar "Paradox". Vão ser 14 músicas que oscilam entre originais compostos pela actual formação e temas "reciclados" da maquete dos Atrofiados. O line up do CD vai ser:

1 - Towers Of Disgust
2 - Dust
3 - Victimized
4 - Sea Of Confusion
5 - Iatrogenocide
6 - Corrosive
7 - Downfall
8 - No Glory
9 - Tragic Kingdom
10 - Minus One
11 - Dogma Destroyer
12 - Burn Hollywood Burn
13 - The Dark
14 - Paradox
Para além destes temas vão haver 2 bonus tracks que não entram na edição em CD (o que deve querer dizer que também vai sair em vinil) que são uma cover dos Midnight Oil da Australia (o mega-hit Beds Are Burning) e Absolutism.

Enquanto não sai o disco, podem ir ouvindo os temas que estão disponibilizados no facebook da banda.

Halloween - A Noite dos Mortos Vivos

Ora, parece que é oficial e já tem data o regresso dos Corrosão Caótica aos palcos.

Vai ser no Music Box na noite de 31 de Outubro.

O cartaz em baixo é provisório e foi retirado do facebook oficial da banda. Assim que houver mais novidades acerca deste evento vai ser anunciado aqui.

Toyota Playboy, Legion Of The Sadists, Mata-Ratos, The Parkinsons e Marky Ramone

Nos últimos tempos isto tem sido pródigo e abundante em concertos.

Guardei os últimos 3 concertos para fazer uma review só. Ora então cá vai:

Toyota Playboy – Ora começamos muito bem, com uma grande surpresa. Não sei que raio de associação de ideias me levou a pensar que esta banda era mais uma da lista do “rockabilly tão aborrecido que nem dá vontade de ver”... ora pois que me enganei. Bastaram duas ou três músicas para me fazerem levantar os ouvido e, depois, ir lá para a frente abanar a cabeça e levantar o copo. Energia, garra e alguma loucura (da saudável... pelo menos, no nosso mundo é saudável) são os ingredientes desta banda. As influências não sei quais são, mas soa claramente a Gun Club com mais distorção com pitadas de Cramps e algum punk-rock mais “garageiro”. Admito que me surpreenderam e espero vê-los em breve, em Lisboa ou noutro lado qualquer. Mas fiquei realmente com vontade de os ver novamente. Até sei que banda ia muito bem com esta... a ultima que me surpreendeu nesta área chama-se Alto!

Legion Of The Sadists – Por onde começar? Gostei, claro que gostei. Ouvi temas que adoro, re-vi amigos de longa data, passei um bom bocado... mas esta banda já não é a mesma coisa. Ganharam em qualidade de execução, a segunda guitarra dá outra energia e o baterista é mais completo e capaz. Há temas que ganham realmente muito com esta nova formação. Provavelmente devia ter começado por explicar que o vocalista nestes dois concertos (Coimbra e Loulé) não foi nem o Cobretti, nem o Poli... foi o membro original Smash Sadist.

Mas por outro lado, há qualquer coisa ali de diferente... parece-me que a coesão não é a mesma e a “mística” também se perdeu um pouco. Aquela energia genuína que saía dos 4 elementos originais, não sei porque motivo, perdeu-se um pouco e isso empobrece os concertos, onde esta banda sempre foi aterradora (no bom sentido).

Portanto... sim, ganha-se em qualidade musical, mas perde-se na selvajaria e atitude. Ainda assim, brilhantes as interpretações, especialmente, de “Vidas Sujas”, “No Sports, Just Whiskey”, “No Tomorrow” e o melhor tema do concerto... “Nazty Venus”. Tou ansioso por pôr as mãos no 2º álbum dos Sadists!!

Fotos por Joana Oliveira
 
Mata Ratos – Surpreendido! Foi assim que fiquei. O alinhamento foi muito bem escolhido e a banda pareceu que tinha uma energia extra que me deixou mesmo muito contente. Começaram logo com o “Ratos” (um dos melhores temas dos Mata-Ratos!) e seguiram-se muitos outros clássicos... “Eu Tenho um Pobre”, “Amor Eterno”, “Leis de Merda”, “Xupaki” (tema que fechou com chave de ouro o concerto) e aquele que foi para mim o melhor momento do concerto: “Outra Rodada”. Só achei que em certos momentos uma segunda guitarra seria muito útil e traria uma maior energia a uma banda que dispensa qualquer tipo de elogios. Excelente!

 Fotos por Joana Oliveira 

 The Parkinsons – Nostalgia pura. Este concerto fez-me recuar vários anos no tempo. Tal como há 9 ou 10 anos, no 1º concerto em Lisboa que deram, começaram com “Too Many Shut Ups” e a partir daí foi a descarga de energia que estes 4 nos habituaram. O setlist foi muito bem escolhido, todos os bons temas estavam lá (e ainda se conseguia arranjar mais uns quantos) e os Parkinsons deram-nos um bom momento de punk rock à Clash, Damned ou Stiff Little Fingers. “Angel In The Dark”, “Reason To Resist”, “Underclass”, “Heroes and Charmers”, “Bedsit City”, “Nothing To Lose”, “Bad Girl” e por aí fora fizeram a Caixa Económica Operária vir abaixo num excelente concerto de punk rock. É pena este tipo de eventos pecarem por escassos. Depois veio o encore com “Primitive” (a melhor música dos Parkinsons!), “New Wave” e “Scientists”, que foi o culminar brilhante de uma noite para mais tarde recordar.

Os Parkinsons são daquelas bandas que conseguem agarrar o público do princípio ao fim. A energia que têm, as boas músicas que tocam e o carisma que conseguem transmitir, faz deles um caso ímpar e singular no punk rock nacional. Que me lembre, nenhuma banda portuguesa (ou 75% portuguesa) a cantar em inglês se conseguiu impôr de uma forma sequer parecida... Ajuda o facto do Victor Torpedo ser um guitarrista que faz lembrar a cada movimento o Mick Jones... Ajuda o facto do Afonso ser um dos 3 melhores front-men portugueses, com tiques de Stiv Bators ou Iggy Pop... ajuda certamente as músicas serem boas, orelhudas e bem tocadas.

E pronto, assim me meteram mais 2 ou 3 dias a re-ouvir os cd's que tenho dos Parkinsons. Obviamente que o concerto não foi tão bom como das outras vezes que os vi... mas é natural que uma banda que se reúne não esteja tão oleada como uma banda que esteja embalada por dezenas ou centenas de concertos e ensaios. Mas foi um concerto do caralho!

 Fotos por Joana Oliveira 

Marky Ramone's Blitzkrieg – Se Mata-Ratos e os Toyota Playboy surpreenderam pela positiva... este concerto do Marky foi decepcionante. Achei o Marky um tanto ao quanto preso de movimentos, mais em baixo que das outras duas vezes que o vi. A banda suporte também era mais fraca que as anteriores. Ok, tal como conversava no final do concerto... o facto de ser o Michale Graves a cantar fez-me elevar um pouco as expectativas. Mas achei um tanto ao quanto despropositado este tentar colar a voz à do Joey. E foi também despropositado e aborrecido (para ser amigo) o set a solo do Michale a interpretar só à guitarra temas da fase mais recente de Misfits (Fiend Club, Descending Angel e Scream).

 Fotos por Joana Oliveira  

Quanto ao concerto em si... foi sempre a partir do princípio ao fim... Rockaway Beach, Teenage Lobotomy, Psycho Terapy, Do You Wanna Dance, Havana Affair, Pet Semetary, Beat On The Brat, She's The One, Chinese Rocks e por aí fora fizeram as delícias da audiência (bastante jovem!) e puseram a rapaziada toda a cantar, naturalmente.

Os grandes destaques da noite, para mim, foram a versão dos Motörhead (“R.A.M.O.N.E.S.”) e uma versão realmente boa da “Poison Heart”.

Terminaram a primeira parte do concerto com o clássico “Pinhead”, com a rapaziada toda a berrar “Gabba Gabba Hey” com todos os pulmões. Depois veio o tal “set de Michale Graves a solo” que já falei em cima.

Finalmente, concluíram a actuação com “Dig Up Her Bones” (Misfits), “Have You Ever Seen The Rain” (Creedence Clearwater Revival, também versionada pelos Ramones no seu album de covers – Acid Eaters), “Wonderful World” (Louis Armstrong, também versionada pelo falecido Joey Ramone no seu album a solo – Don't Worry About Me) e, claro, “Blitzkrieg Bop” a terminar.

Foi uma hora e tal divertida, sem dúvida, a ouvir temas da banda que mais me marcou e que continuo a considerar a melhor banda de sempre. Obviamente que foi um bom concerto... mas de um Rock'n'Roll Hall Of Famer espera-se mais (muito mais) do que tocar ad eternum músicas escritas pelos seus companheiros (já falecidos, note-se). Especialmente quando o mesmo Marky Ramone (ou Marc Bell) tocou em Dust, Richard Hell and the Voidods e tem albúns com os Speedkings e outras bandas de suporte.

Mas como diz um amigo meu... se ele andasse a tocar as coisas dele ao vivo... tocava para 100 pessoas se tanto.

 Fotos por Joana Oliveira